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Presidente do Benim tenta reeleição apesar de protestos

Katrin Gänsler | Rodrigue Guézodjè | af
8 de abril de 2021

Presidente Patrice Talon é favorito à reeleição numa disputa marcada por adversários "desconhecidos" e líderes da oposição exilados ou impedidos de concorrer. Benim vive onda de violentos protestos contra o Governo.

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Der Präsident von Benin Patrice Talon
Presidente Patrice TalonFoto: Getty Images/AFP/I. Sanogo

No próximo domingo (11.04), o Benim escolhe o seu chefe de Estado. O Presidente cessante Patrice Talon concorre para um segundo mandato, mas enfrenta um forte movimento de contestação.

Desde a última segunda-feira, o país vive uma onda de protestos em várias cidades. Manifestantes queimaram propriedades de parlamentares que apoioam o Governo e bloquearam estradas.

Devido ao bloqueio de estradas, a ligação entre o norte e o sul do país ficou obstruída. Nesta quarta-feira (07.04), uma multidão furiosa - entoando o canto "Talon, deixa o poder" - montou barricadas na via principal do centro do Benim.

"Os conflitos realçam as frustrações das pessoas, mas temos de sair das frustrações através do diálogo. O poder não está na rua, o poder não está em lutas, em armas. O poder é conquistado através das regras que estabelecemos para nós próprios. Temos de discutir", opina a presidente da Plataforma Eleitoral das Organizações da Sociedade Civil, Fatoumatou Batoko Zossou.

Weltspiegel 08.04.21 | Benin | Demonstranten gegen Präsident Talon errichten Straßensprerren
Protestos fazem ativistas alertarem sobre a segurança no pleitoFoto: Yanick Folly/AFP

Há segurança para a votação?

As forças de segurança estão no terreno para tentar conter as manifestações. Joèl Atayi Guèdègègbé, da Associação Nova Ética, percebe que já há um alerta para as condições de continuar ou não o processo eleitoral.

"Há dois anos, as eleições legislativas foram marcadas por atos de violência sem precedentes por razões políticas. É isto que muitas pessoas têm em mente quando se perguntam de que será feito este processo eleitoral e qual será o seu resultado", lembra.

Os manifestantes nas ruas exibem cartazes a reivindicar "eleições inclusivas" e o "regresso dos exilados" políticos. As principais lideranças da oposição do Benim vivem no exílio ou viram as suas candidaturas rejeitadas devido a reformas eleitorais introduzidas no país

As mudanças na legislação eleitoral nunca tiveram o apoio da oposição, que acusa Talon de gerar eleições falsas. Por outro lado, o Presidente Patrice Talon pede calma.

"Meus compatriotas, sabemos que as eleições estão próximas. Imploro que entendam que todas as frustrações não podem ser resolvidas através de manifestações violentas", disse num o Presidente num pronunciamento.

Benin |  Anhänger von Präsident Talon
Campanha eleitoral foi marcada por adversários "desconhecidos"Foto: Katrin Gänsler/DW

Candidatos desconhecidos

Apenas três candidatos concorrem neste domingo, além do Presidente Patrice Talon – e tanto Alassane Soumanou e Corentin Kohoué são são praticamente desconhecidos a população. O número é bastante reduzido em comparação como o pleito de 2016, quando 33 candidatos se apresentaram para a primeira volta.

Numa entrevista à DW África, Corentin Kohoué descreve-se como um "candidato surpresa", cuja candidatura nasce de um grupo de amigos. "Eles são meus irmãos, com quem não partilho necessariamente as mesmas opiniões políticas. Mas eu disse-lhes: "Eu quero concorrer. Pode apoiar-me? É definitivamente algo a tentar".

O advogado e analista político, Steve Kpoton, não ve problemas nas candidaturas de anónimos neste processo.

"Isso pode acontecer se alguém pensar que certas ideias devem ter um lugar na campanha presidencial. Também se pode apoiar alguém em nome da democracia".

O Benim é considerado uma democracia estável na África Ocidental, com uma Constituição que serve de exemplo para outros Estados. A organização internacional Freedom House classifica o país como "parcialmente livre".

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