Beira em alerta com aproximação de tempestade tropical
29 de dezembro de 2020Mais uma vez a província central de Sofala poderá ser assolada por um ciclone. O fenómeno deverá afetar as regiões centro e sul de Moçambique. Segundo as previsões meteorológicas, a tempestade topical Chalane poderá escalar a costa moçambicana esta quarta-feira (30.12).
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), o vendaval deixou Madagáscar na tarde desta segunda-feira (28.12) e está já em direção ao Canal de Moçambique.
As sequelas do ciclone Idai, que assolou a cidade em 2019, ainda prevalecem nas memórias dos beirenses. E uma das preocupações é que muitos ainda não conseguiram reabilitar as suas residências. Ainda assim, afirmam que estão minimamente preparados para enfrentar o Chalane.
Idai deixou memórias amargas
Mas também há quem não esconda o medo. "Eu não sei o que vai acontecer na minha casa, porque a minha própria casa ainda não está em condições e estou a tentar batalhar para a recompor", conta Carlitos Armando, residente da Beira.
Outro que está receoso é Benjamim Joaquim, que diz não estar preparado para enfrentar mais uma catástrofe depois dos danos causados pelo Idai. "Até hoje não está a ser fácil conseguir recuperar aquilo que já perdemos. Não sei como vamos nos virar mesmo porque a situação não está bem, não está nada bem", lamenta.
A diretora geral do Instituto de Gestão de Calamidades (INGC), Luísa Meque, está na Beira desde segunda-feira (28.12) para liderar uma vasta equipa de comités locais de gestão de riscos e desastres naturais. "Aqui na cidade da Beira quando se fala de ciclone não é novidade. Já sabem quais são os danos que podem ser causados pelo ciclone", lembra.
"Não estamos a dizer que a cidade da Beira tem de estar indiferente com todos os preparativos que estamos a fazer para não sermos apanhados de surpresa. Quando a informação chegar, retirem-se por favor para zonas seguras", apela ainda Luísa Meque.
A 14 de março de 2019, o ciclone tropical Idai matou mais de 600 pessoas na província de Sofala e devastou diversas infraestruturas públicas e privadas.