Bayern de Munique reforça apoio a jogadores e treinador
19 de outubro de 2018Um empate e duas derrotas nos últimos três encontros da Bundesliga fizeram soar o sinal de alarme no Bayern de Munique. Na pausa da liga alemã, duas derrotas comprometedoras da seleção (3-0 com a Holanda e 2-1 com a França, para a Liga das Nações), envolvendo vários jogadores do colosso da Baviera, foram a gota de água: os três responsáveis máximos do Bayern juntaram-se para defender e "proteger os jogadores, o treinador e o clube", de acordo com as palavras do diretor geral Karl-Heinz Rummenigge.
Depois de duas semanas em que as críticas subiram de tom, levando alguns meios de comunicação social a apontar o dedo a nomes fundamentais do plantel bávaro, como o guarda-redes Manuel Neuer, os defesas centrais Jérôme Boateng e Mats Hummels ou o médio ofensivo Thomas Müller, os dirigentes assumem uma posição de força e Rummenigge vai mais longe, ao estender a crítica a "jogadores que alguma vez atuaram por este clube", numa clara alusão às opiniões de Lothar Matthaus, agora analista numa das principais televisões alemãs.
Reiterado apoio a Kovač
Porém, os dois principais dirigentes do Bayern - que surgiram na conferência de imprensa acompanhados pelo diretor desportivo Hasan Salihamidžić - não escondem a deceção pelo momento da equipa, aproveitando Uli Hoeneß para referir que "quando não se joga bem, não se merece perdão" por parte da comunicação social. Mas os responsáveis pretendem deixar claro que, independentemente da sequência negativa de resultados, o treinador croata Niko Kovač tem o apoio total da direção. E é o bósnio Salihamidžić a referir que "apreciamos o seu trabalho, e não temos de estar sempre a justificá-lo publicamente."
Depois de um arranque de temporada plenamente vitorioso, o Bayern atravessa agora uma fase pouco habitual: quatro jogos sem vencer, registando derrotas na Bundesliga frente ao Hertha, em Berlim, por 2-0, e em Munique, com o Borussia Mönchengladbach, por 3-0. Dois empates a um golo na Allianz Arena, para a Liga com o Augsburgo e para a Liga dos Campeões com o Ajax, completam uma série de desfechos longe do habitual e, sobretudo, dando largas a profundas críticas da comunicação social alemã em relação ao momento individual de forma de alguns dos principais nomes do plantel do campeão.
A sombra de Arsène Wenger
Niko Kovač, o croata nascido em Berlim, escolhido no último defeso para substituir o vitorioso Jupp Heynckes, não é uma figura consensual entre adeptos e dirigentes do Bayern. Terá mesmo sido a terceira escolha para a rendição de Heynckes, depois de descartadas as hipóteses Jürgen Klopp (absolutamente comprometido com o seu trabalho em Liverpool) e Thomas Tuchel (apalavrado com rapidez pelo Paris Saint-Germain).
Kovač, que levou o Eintracht Frankfurt a regressar às competições europeias e a vencer a Taça da Alemanha, é assim sempre encarado como uma solução de recurso, algo que desagrada a algumas franjas de "opinion makers", sobretudo considerando que a organização e o planeamento são pilares fundamentais dos grandes clubes alemães.
Na sombra surge o nome de Arsène Wenger. O antigo treinador do Arsenal é apontado como possibilidade forte para assumir, no mínimo, um cargo de consultoria na estrutura bávara, o que diminuiria drasticamente o espaço de manobra do treinador croata. Porém, os três principais dirigentes do futebol profissional do Bayern optaram, por agora, pelo reforço da posição e da autoridade do treinador, e pela defesa intransigente do profissionalismo e da qualidade dos seus principais jogadores. Os próximos resultados encarregar-se-ão de confirmar (ou não) uma velha máxima do futebol segundo a qual "o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira."