Moçambique: BAD reforça infraestruturas no Niassa
23 de abril de 2018O Niassa é uma das províncias de Moçambique com grandes problemas de infraestruturas públicas. Por isso, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) tem investido na província, sobretudo na melhoria das estradas e na promoção de tecnologias agrárias.
Pedro Toyde, representante legal da instituição em Moçambique, que se deslocou ao Niassa para encontros com os investidores, diz que o BAD está "orgulhoso de todos os investimentos mencionados."
"O Banco tem um investimento de cerca de 165 milhões de dólares na província do Niassa e grande parte está nas estradas", revela.
A soma corresponde a cerca de 7% de todos os investimentos feitos nos últimos 40 anos no país pelo Banco Africano de Desenvolvimento. Desde 1977, altura em que começou a cooperação com o Governo moçambicano, o BAD já financiou mais de 200 projetos, totalizando cerca de 2,3 mil milhões de dólares, segundo números oficiais.
"Um grande exportador de produtos agrícolas"
No Niassa, parte do montante está ser aplicado na ampliação da estrada Lichinga-Litude, na asfaltagem dos troços Massangulo-Muita e na estrada Lichinga-Cuamba.
O restante foi canalizado para investigação, para a Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Lúrio, no distrito de Sanga. Segundo Pedro Toyde, os investimentos fazem parte do plano da instituição de "fazer de África um grande exportador de produtos agrícolas".
"Investimos na Faculdade de Agronomia na UniLúrio para preparar os novos empreendedores agrónomos da província do Niassa para os desafios da indústria moderna e ainda na construção de laboratórios agrícolas", explica o representante do BAD. Para isso, acrescenta, são precisas "infraestruturas elétricas que estão integradas e finalizadas no desenvolvimento no sector agrário".
Críticas à qualidade
Victor Maulana, residente no Niassa, vê os investimentos do Banco Africano de Desenvolvimento na província com bons olhos. Mas não deixa de fazer algumas críticas, sobretudo no que diz respeito à execução das obras.
"Estamos a falar primeiro da qualidade das próprias obras, uma estrada que ainda não tem dez anos está cheia de buracos. Estamos a falar da estrada que liga Niassa/Ruance e outras partes ainda não estão terminadas", lamenta.
Victor Maulana critica o nível de execução, "o material que está a ser usado” e as empresas que realizam as obras. "Ou não recebem os fundos como deve ser ou então as próprias empresas não estão a aplicar devidamente os fundos."