Ataque jihadista nos Camarões deixa 18 mortos
2 de agosto de 2020Um grupo de homens armados, alegadamente do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram, chegou à comunidade por volta das 21h00 locais, segundo contou este domingo (02.08) à agência de notícias espanhola EFE um morador de Nguetchéwé, Basir Adamou.
Os homens atacaram os grupos de autodefesa da zona e depois a população civil, deixando 18 pessoas mortas, confirmou uma fonte militar que solicitou o anonimato. Entre as vítimas mortais, há mulheres e crianças.
"Após o ataque, os agressores voltaram à zona da fronteira com a Nigéria", disse esta testemunha do ataque, citada pela EFE. A aldeia de Nguetchéwé situa-se no distrito de Mozogo, junto à fronteira com a Nigéria.
Segundo o autarca do distrito de Mozogo, Medjeweh Boukar, citado pela agência de notícias Reuters, os atacantes atiraram uma granada contra um grupo que dormia num campo de deslocados na aldeia de Nguetchéwé, que acolhe cerca de 800 pessoas.
No último mês, registaram-se vinte incursões e ataques de alegados extremistas islâmicos na região, segundo Boukar.
Insurgência enfraquecida?
O Boko Haram luta há anos para impor um Estado islâmico na Nigéria e pretende transformar a área do Lago Chade - que também inclui territórios do Níger, Chade e norte dos Camarões -- no seu novo bastião.
Uma força multinacional conjunta composta pela Nigéria, o Níger, Camarões e Chade enfraqueceu consideravelmente a insurgência do Boko Haram, embora os 'jihadistas' ainda lancem ataques indiscriminados em áreas sensíveis.
Apesar dos esforços, o Boko Haram ainda realiza ataques e, segundo informações recentes, terá matado, em dezembro passado, 50 pescadores da área.
Segundo a Amnistia Internacional, os radicais islâmicos mataram pelo menos 275 pessoas no extremo norte dos Camarões entre janeiro e novembro do ano passado, 80% das quais eram civis.
Desde 2014, o número de mortos nos Camarões causado por ataques terroristas ascende a mais de 2.000 pessoas.