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Apoiantes de Mugabe pedem Boa Vontade da OMS

Chrispin Mwakideu | Columbus Mavhunga (Harare) | Lusa | rl
24 de outubro de 2017

Nomeação do Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, como embaixador da Boa Vontade da Organização Mundial da Saúde continua a dar que falar, mesmo depois deste órgão mundial já ter voltado atrás na sua decisão.

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Foto: picture-alliance/dpa/A. Ufumeli

A nomeação do Presidente zimbabueano, Robert Mugabe, como embaixador da Boa Vontade da Organização Mundial da Saúde (OMS) gerou uma onda de críticas.

A OMS justificou, na semana passada, a nomeação pelos esforços do Zimbabué na luta contra o tabaco e doenças não transmissíveis, como ataques cardíacos e asma. Mas vários ativistas e representantes de Governos estrangeiros condenaram a decisão, incluindo o Reino Unido, antiga potência colonial, que a considerou "surpreendente e dececionante, em particular à luz das sanções dos Estados Unidos da América e da União Europeia" contra Mugabe.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reagiu rapidamente às críticas internacionais e anulou a nomeação de Mugabe. Mas os apoiantes do Presidente zimbabueano que a decisão deste órgão mundial resultou de uma pressão exagerada do Ocidente contra Harare.

"Eles têm interesses económicos e políticos no Zimbábue. Obviamente acharam que a nomeação do Presidente Robert Mugabe para um órgão influente não seria útil para a sua agenda política", comentou Psychology Maziwisa, deputado da União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF), no poder.

Apoiantes de Mugabe pedem Boa Vontade da OMS

"Mortes desnecessárias"

Mas os críticos do líder de 93 anos acusam-no de violações de direitos humanos e de negligenciar o setor da saúde pública, atualmente, em ruínas.

"O Presidente Mugabe e o seu Governo falharam na defesa do direito à saúde dos cidadãos do Zimbabué", diz Fortune Nyamande, presidente da Associação nacional de Médicos Hospitalares, para quem Mugabe seria a última pessoa a merecer receber tal nomeação.

"Tivemos muitas mortes desnecessárias. Por exemplo, cerca de 4.000 pessoas morreram com cólera só em 2008 e 2009. Ainda temos muitas pessoas nos nossos hospitais que perdem a vida por falta de coisas básicas. Faltam medicamentos e trabalhadores no setor da saúde. O financiamento público é precário, entre muitas outras coisas", acrescenta Nyamande.

O facto de o Presidente do Zimbabué ter por hábito viajar para o estrangeiro para fazer tratamentos médicos em vez de procurar ajuda no seu país também tem sido muito criticado.