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Angola - Profissões invulgares

17 de janeiro de 2009

O dia-a-dia em Angola obriga as pessoas a perder muito tempo em filas intermináveis. Quem tem essa possibilidade, paga a outrém para lhe guardar o lugar. Este é apenas um exemplo de profissões invulgares em Angola.

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As filas em Luanda não andam, nem desandam!Foto: Jule Reimer

Quase nada em Angola pode ser resolvido por fax, e-mail ou telefone, quase tudo exige a presença pessoal. O que em Luanda significa muito tempo de espera. A cidade foi concebida para meio milhão de pessoas. Hoje os cálculos mais conservadores apontam para uma população entre cinco e seis milhões, grande parte da qual refugiados que vivem na miséria. Basta ver os carros topo de gama de tracção às quatro rodas que entopem as estradas de Luanda. A polícia, as ambulâncias e os bombeiros não conseguem passar.

Angola_Jobs die so keiner kennt
José Pereira vende sandálias fabricadas de pneus usados, na beira da estrada que leva a HuamboFoto: Jule Reimer

Posto isto, a tarefa de ficar em filas na vez de outras pessoas por algum dinheito acaba por ser tentável. Neste programa a jornalista alemã Jule Reimer acompanha Humberto Leite. A profissão de Humberto é evitar que outros percam tempo em filas.

José Pereira escolheu os sapatos para ganhar a vida. Ele chama «londinis» à sua criação, uma variante das havaianas. O sapateiro de 52 anos pega numa tira comprida de borracha fina extraída de um pneu velho, coloca o molde em cima, marca o pé esquerdo e o pé direito, afia a faca e começa a recortar. E assim criou um design criativo para uma forma invulgar de fazer sapatos, neste caso, havaianas.