Angola: Professores saem à rua no Dia Nacional do Educador
22 de novembro de 2021Neste 22 de Novembro, o Dia Nacional do Educador em Angola, os professores do Bengo não têm muito a comemorar. Faltam materiais, como giz e apagadores, e muitos reclamam da perda do poder de compra devido à desvalorização do Kwanza, a moeda angolana.
Mesmo assim, muitos deles esperam que estes problemas sejam resolvidos o mais rápido possível.
Segundo o educador Carlos de Castro, de Caxito, "os professores passam por muitas dificuldades remuneratórias".
Já o professor Fernando Miguel reforça que "o trabalho do professor deveria ser valorizado todos os dias".
Qualidade do ensino
Numa altura em que se debate a qualidade de ensino em Angola, o docente universitário e gestor escolar Isaías Simão entende que muitas áreas de apoio a professores e estudantes precisam de melhorias.
"Há um conjunto de áreas que devem concorrer [para ajudar] docentes e os próprios estudantes, como os transportes escolares".
O sindicalista César António menifesta apoio às preocupações dos professores, e acrescenta que "não há muito empenho do Governo para resolver os problemas destes profissionas".
Avanços?
Mas há quem considere que há avanços no setor de ensino angolano.
À DW África, o secretário de Estado para Ensino Secundário do Ministério da Educação, Gildo Matias José, disse que a alteração do vínculo do regime probatório para o quadro do pessoal definitivo de mais de 40 mil agentes da educação possibilitará benefícios aos educadores.
"Estamos a falar de um concurso público de acesso que certamente permitirá a atualização de carreiras", disse.
Segundo ele, "cerca de 180 mil carreiras dos professores terão, a partir de dezembro, o seu salário valorizado por conta da sua situação académica ou profissional".
A última semana, porém, foi marcada pela continuação de uma greve dos professores universitários angolanos, que exigem aumento salarial, melhores condições laborais, além do pagamento de subsídios.