Moxico: População insta Governo a cumprir promessas
7 de outubro de 2021Há 6 anos que os aldeões da comuna de Nassungo, da província do Moxico, clamam por condições básicas como construção de escola, implementação de sistema de água e de energia elétrica.
Várias foram as promessas feitas pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido que sustenta o Executivo, mas, até então, nenhuma foi materializada. Diariamente, mulheres e crianças são obrigadas a caminhar por cerca de duas horas para ir buscar água ao estaleiro de uma empresa chinesa, que, por solidariedade e de forma gratuita, tem cedido água aos cidadãos.
Jurema Generosa, residente em Nassungo, a 25 quilómetros da cidade do Luena, lamenta a postura do Governo.
“Não temos luz, estamos aqui no escuro, a água é de procurar e a escola é pequena. Queremos uma escola grande. Mentiram-nos a dizer que estão a fazer escola, mas agora estão só a meter outra tinta. Costumámos ir estudar no Sacassagem e a passagem custa 500 Kwanzas”.
Sofrer até quando?
Marinela Vanessa, outra munícipe da comuna de Nassungo, não esconde o seu descontentamento
"O MPLA costuma nos mentir muito, em 2017 veio prometer água, luz, escolas e hospitais só para nós votarmos. Vamos sofrer até quando? Será que nós não somos angolanos? Estão a vir novas eleições e vão vir aqui enganar-nos com fuba e milho, mas água e luz não conseguem nos dar", diz indignada.
O administrador comunal tenta tranquilizar os aldeões.
“Nós como administração comunal do Nassungo, reconhecemos a situação que as populações estão a passar. Neste momento estamos a envidar esforços, juntamente com o governo provincial, a fim de vermos tais problemas ultrapassados", garante.
Falta de escolas
Ouvido pela DW África, o responsável provincial do Gabinete da Educação, Jonas Maluequi, explica que “atendendo às dficuldades que ocorrem nos Municípios e Comunas, o projeto de construção de escolas quanto às Comunas, isso passará na segunda fase do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e creio que a Educação e o próprio Governo já notou e já têm conhecimento do mesmo projeto".
E Maluequi garante que o problema da falta de escolas será resolvido antes do final do próximo ano: "E sei que vai dar-se o tratamento do mesmo rapidamente antes do término do 2022. Acredito que o Governo vai apostando, porque conhecemos as dificuldades que ocorrem dentro das Comunas”.
Contactado pela DW, o responsável da energia e águas recusou gravar entrevista, alegando não ter autorização superior.