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Escola para deficientes físicos precária no Moxico

Georgina Malonda
11 de junho de 2022

Na província angolana do Moxico, uma residência foi adaptada e transformada em escola de ensino especial. Mas falta quase tudo, desde meios técnicos a humanos.

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Angola | Schulen in Moxico
A escola tem cerca de 29 professores para mais de 300 alunos.Foto: Georgina Gomes/DW

Em Angola, na província do Moxico, a Escola Nº 326, que alberga crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais, está aquém dos parâmetros exigidos.

A situação condiciona alguns pais a matricularem os filhos, como é o caso de Lorena Lemba, mãe de uma criança com deficiência auditiva.

Segundo a mãe, a sua filha não frequenta a escola porque faltam instrumentos básicos para o ensino dos alunos.

"O nosso Governo deveria apostar mais no ensino especial para evitar com que os alunos se sintam excluídos da sociedade", diz.

Também o aluno Isaac Tchinhama tem uma deficiência auditiva e visual e deseja mais salas de aulas. 

"Somos muitos e a escola é pequena. Há quatro salas e tem sexta classe, sétima, oitava, nona, décima, décima primeira e décima segunda classes", disse.

"Só estamos a pedir ao Governo para construir mais salas de aulas para nós todos", acrescentou.

A adolescente autista Ana Clara gostaria de praticar exercícios físicos, mas a falta de uma quadra desportiva não lhe permite.

Angola | Schulen in Moxico
A Escola Nº 326 na província angolana do Moxico.Foto: Georgina Gomes/DW

Falta de tudo

"Eu quero que o nosso governador arranje bem a nossa escola, pelo menos nós também devemos praticar educação física. Deveria ter umas torneiras, um campo, também material de aulas. Não temos giz, livros, lapiseiras, cadernos", desabafa.

A escola tem 29 professores para 315 alunos, e apenas 9 professores são formados para o ensino especial. Emanuel André, professor há dois anos, elenca as dificuldades.

"Precisamos de muito material didático [...] e de melhor formação. Estamos como se fosse numa casa, há pequenos degraus [...] e não há rampas", esclareceu.

Por seu turno, o psicólogo clínico Mafuana Conde faz um apelo para que as famílias com crianças portadoras de deficiência evitem também a discriminação.

"Imagine alguém que já é discriminado dentro da sua própria família? A família contribui para o desenvolvimento de qualquer ser humano, mas do ponto de vista psicológico, temos pessoas que vivem deprimidas por várias situações sociais e esses já precisam de um apoio social".

Os problemas que a instituição enfrenta já são de domínio do Gabinete Provincial da Educação, como frisou o seu diretor, Benjamin Funga. 

"Já reportamos várias vezes. O gabinete provincial tem feito até onde há possibilidades. Não tem sido fácil adquirir material", disse.