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Angola: CASA-CE diz que não foi contactada para integrar FPU

Lusa
13 de outubro de 2021

Manuel Fernandes, líder da CASA-CE, sublinhou que o partido provavelmente não aceitaria integrar a Frente Patriótica Unida, caso ainda seja contactado para integrar aquela plataforma política.

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CASA-CE, Angola
Sede nacional da CASA-CE em Luanda, AngolaFoto: Manuel Luamba/DW

O presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Manuel Fernandes, disse esta quarta-feira (13.10) que a coligação nunca foi contactada para integrar a Frente Patriótica Unida (FPU).

"A Frente Patriótica Unida não é um projeto político, é um espaço de concertação política e não havia como a CASA-CE, que já é por si só um espaço de concertação, fazer parte de um outro espaço de concertação, portanto, ainda que fôssemos contactados, acredito (que) não aceitaríamos fazer parte", disse à agência de notícias Lusa.

A FPU é uma plataforma política integrada pelos dirigentes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), do Bloco Democrático e o político Abel Chivukuvuku, coordenador-geral do projeto político PRA-JA Servir Angola, criada com o objetivo de alcançar o poder nas eleições gerais de 2022.

Contudo, o líder da segunda maior força política da oposição angolana disse que todas as formas que possam contribuir para aprofundar o processo democrático de Angola são sempre bem-vindas.

"Se os outros assim o entenderam fazer, nós não temos porque criticar. Estamos aqui como bons observadores e temos de nos preocupar com o nosso propósito, o nosso trabalho, isto é que é fundamental", realçou.

Frente Patriótica Unida
Cerimónia de proclamação da Frente Patriótica Unida Foto: Borralho Ndomba/DW

Estado da Nação

No que diz respeito ao Estado da Nação, o dirigente apontou como solução para o desemprego em Angola a implementação de políticas de incentivo ao empreendedorismo e criação de micro, pequenas e médias empresas. 

Segundo Manuel Fernandes, o Estado deve assumir um papel fundamental na abertura de linhas de crédito e apoio financeiro às iniciativas empresariais, porém, a curto prazo a prioridade deverá incidir na recuperação e apoio aos negócios produtivos existentes, contribuindo para a sua sustentabilidade, para apoiar e expandir, "o que já tem sido feito e bem".

"Por outro lado, o executivo tem de encarar com a devida seriedade o programa de reabilitação das estradas secundárias e terciárias, condição pilar, para o incentivo da produção interna, sobretudo do setor agropecuário", referiu, salientando que para que isso se efetive "tem de haver contenção rigorosa na gestão da coisa pública".

"Temos um país com os cofres vazios e por isso os gastos supérfluos devem ser denunciados e amplamente combatidos por todos", frisou o líder da CASA-CE, que analisou, num texto de oito páginas, o Estado da Nação angolana, com enfoque para a saúde, situação social, económica, educação, habitação, política, justiça e direitos humanos e combate à corrupção e impunidade.

Olhos em 2022

A CASA-CE vai realizar entre 19 e 20 de novembro o seu Conselho Consultivo Nacional para projetar os pilares que vão sustentar o seu programa de governação no mandato 2022-2027.

Manuel Fernandes diz que a CASA-CE continua a preparar-se para o grande desafio eleitoral em 2022, com vista a superar os resultados de 2017 "e, se possível, ser Governo", sendo este o objetivo político da coligação.

"Queremos ser parte do processo de alternância política, em Angola, e, a partir do arco da governação contribuir para a implementação de políticas públicas que vão transformar positivamente a vida de Angola e dos angolanos", referiu.

Segundo o líder da CASA-CE, no âmbito da governação participativa, "baseada nos valores da cidadania, na Constituição e na lei", vão submeter, em tempo útil, o documento do seu programa de governação à contribuição de todas as sensibilidades, "para que o produto final reflita a vontade nacional, fundada no grande propósito de salvar Angola para realizar os angolanos".

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