Angola: A luta contra o colonialismo em monumentos
Na província do Bengo, monumentos históricos retratam a luta angolana contra o domínio português e resgatam parte da cultura local. Alguns estão em estado de degradação.
"Chalé", um antigo tribunal
Este edifício é popularmente conhecido como "chalé". Durante a era colonial, aqui era o local onde portugueses ditavam sentenças aos angolanos que tentavam reivindicar os seus direitos. Naquela época, foi uma espécie de tribunal e cadeia. Por isso, ganhou o nome de "casa da morte". Depois de algum tempo, passou por uma reforma e, atualmente, é sede do Governo Provincial do Bengo.
"Cova da Onça"
Para este local vinham os restos mortais dos sentenciados à morte. É um cemitério que fica bem atrás da "casa da morte". Ali jazem os corpos de vários que lutaram pela pátria. Por isso, o local é conhecido como "Cova da Onça", mas também como Memorial aos Heróis da Pátria. Reabilitado em 2011, o monumento já está a carecer de obras de restauro.
A resistência
Na luta contra o poder colonial, há quem se tenha destacado. Vários angolanos mostraram bravura e conseguiram sobreviver, o que levou os combatentes angolanos a cerrar fileiras para ir atrás dos colonizadores. Este monumento simboliza esse momento. Com se pode ver na imagem, um homem está a romper a corrente para a liberdade.
Quebrar barreiras
A bravura do povo angolano aos poucos estendeu-se a outros pontos do país. Isto também está representado no monumento sobre a resistência. Na província do Bengo encontra-se a primeira região político-militar angolana.
Hospital aos Heróis da Pátria
A doença preocupa qualquer ser humano, não importa se é colonizador ou colonizado. Em 1955, foi construído o hospital dedicado aos "heróis do Caxito" para acudir algumas situações ligadas à saúde. Hoje, o edifício continua funcional e ganhou a categoria de Hospital Municipal do Dande, comportando vários serviços.
Jacaré Bangão
Este famoso monumento retrata uma lenda popular. O jacaré na imagem segura com os dentes uma bolsa de dinheiro. Reza a lenda que o animal terá pago um imposto ao chefe da vila de Caxito como forma de repúdio da população contra a imposição colonial. A lenda também relata a existência de um feitiço no Bengo, que terá sido o responsável pelo pagamento supostamente efetuado pelo réptil.
"Porque não tentar?"
Este é o Museu da Tentativa. Trata-se de uma antiga propriedade, construída na década de 1930, onde se plantava cana-de-açúcar. O nome surgiu depois de os portugueses, na era colonial, tentarem plantar noutras regiões, sem sucesso. Ao chegarem aqui, perguntaram "Porque não tentar?" O sucesso foi certeiro e o nome vingou. Em 2011, com objetivo de preservar a história, foi criado o museu.
Transporte de escravos e mercadorias
Este barco chama-se "batelão". Era usado para o transporte de escravos e produtos da "Tentativa" para Luanda, mas só chegavam até a barra do Dande. De lá, em embarcações maiores, os produtos seguiam para a alfândega de Luanda e depois para a Europa.