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Merkel pede empenho de países contra mudanças climáticas

Lusa | Reuters | tms
11 de novembro de 2017

Chanceler alemã diz que são necessárias mais medidas, caso contrário, os objetivos do Acordo de Paris não serão alcançados. Angela Merkel participará na COP23 na próxima quarta-feira (15.11).

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Foto: picture-alliance/dpa/ M.Kappeler

A chanceler alemã instou este sábado (11.11) os países mais industrializados a lutar de forma responsável contra as mudanças climáticas e disse que a Alemanha deve servir de exemplo, mostrando que as emissões de gases de efeito estufa podem ser reduzidas sem prejudicar o mercado.

Merkel ressaltou que estes países devem aproveitar a cimeira do clima de Bona (COP23) para tomar medidas concretas nessa direção, já que "o tempo escasseia".

"A urgência é grande, como demonstram as catástrofes naturais. Quando falamos de migrações também sabemos que estas são indiretamente condicionadas pelas mudanças climáticas", afirmou a chanceler na sua mensagem semanal, antes da sua intervenção na próxima quarta-feira na COP23, que decorre até o dia 17 na antiga capital federal da Alemanha.

Todos os países, e especialmente as potências mais industrializadas, "entre as quais se inclui a Alemanha", recordou - devem contribuir "para o objetivo de que o aumento da temperatura [da Terra] fique abaixo de 2 graus, se possível de 1,5 graus", continuou a líder alemã.

Compromisso

Merkel insistiu que a situação agora é muito mais preocupante do que na década de 1990, aludindo à sua própria experiência como ministra do Meio Ambiente, de 1994 a 1998, pelo que afirmou que não é possível permitir mais atrasos para que "as coisas mudem de uma vez". Para isso, disse, é preciso o compromisso de todos os envolvidos.

UN-Klimakonferenz 2017 in Bonn | Demonstration & Protest
"Proteja o clima - pare o carvão", lê-se em protesto no centro de Bona nos dias que marcam a COP23Foto: Reuters/W. Rattay

A Alemanha reduziu as suas emissões de gases de efeito estufa em 20%, entre 1990 e 2010, e estabeleceu o mesmo objetivo para a próxima década, até 2020, lembrou a chanceler, afirmando-se comprometida com essa meta.

Entretanto, devido ao forte crescimento económico e à imigração mais alta do que o esperado, o país corre o risco de não atingir o seu próprio objetivo de reduzir as emissões em 40% até 2020 se o próximo governo não implementar medidas adicionais.

"É por isso que também estamos a procurar em conversas exploratórias uma possível nova coligação para isto: como podemos adotar ainda mais medidas para alcançar esse objetivo de 2020", disse Merkel.

Mas a chanceler insistiu que o "núcleo industrial" da Alemanha não deverá ser posto em risco e quaisquer outras medidas climáticas não deverão forçar as empresas a saírem do país.

"Se as siderúrgicas, as fábricas de alumínio, as fábricas de cobre, deixarem o nosso país e forem para algum lugar em que as regulamentações ambientais não sejam rigorosas, não ganhamos nada para o clima global", disse Merkel.

O Governo deve, portanto, adotar uma combinação sólida de políticas regulatórias, incentivos financeiros e medidas voluntárias, a fim de evitar grandes distúrbios e desemprego, disse Merkel.

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Central de carvão na AlemanhaFoto: Reuters/W. Rattay

Acordo de Paris

A COP23, que arrancou a 6 de novembro, entrará na próxima semana na sua ronda decisiva. A cimeira é marcada pela decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de abandonar o Acordo de Paris o mais rápido possível, o que será efetivo no final de 2020.

O Acordo de Paris foi conseguido em dezembro de 2015 e entrou em vigor em novembro de 2016, com o objetivo de juntar os esforços de todos os países para reduzir as emissões e conseguir limitar a subida da temperatura do planeta aos 2.ºC ou, preferencialmente, 1,5.ºC. 

Para Merkel, referindo-se ao acordo climático, "da forma como as coisas estão atualmente, o objetivo de limitar a subida temperatura não será alcançado".

A delegação oficial dos Estados Unidos na COP23 é pequena, mas há várias iniciativas assinadas por presidentes de câmara, senadores e governadores dos estados dos Estados Unidos da América, quer republicanos quer democratas, determinados em demonstrar que o país continua comprometido com a luta contra as mudanças climáticas.

Entre as presenças mais proeminentes na COP23 está o ex-vice-Presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que se tem destacado na luta contra as mudanças climáticas. A cimeira conta ainda com a presença de Michael Bloomberg, ex-presidente da Câmara de Nova Iorque.

Os Estados Unidos podem tornar-se o único país a ficar de fora do compromisso global de luta contra as alterações climáticas, uma vez que outros que estavam à margem -- Nicarágua e Síria - anunciaram a intenção de subscrever o Acordo de Paris.

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