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Cultura

Alemanha: Novos ritmos africanos em Colónia

Rodrigo Vaz Pinto
20 de junho de 2019

O DJ Nigga Fox é um dos rostos da editora independente Príncipe, baseada em Lisboa. Os seus artistas fazem música electrónica com ritmos africanos e têm mostrado o seu estilo um pouco por todo o mundo.

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Köln Ebertplatz DJ Nigga Fox
Foto: DW/R. Vaz Pinto

A Príncipe é uma editora de Lisboa que mistura os ritmos africanos com a música electrónica. Esteve recentemente num evento na cidade alemã de Colónia com um dos seus artistas, o DJ Nigga Fox, para mostrar os novos ritmos e géneros que se fazem sentir na capital portuguesa.

Desde criança que Rogério Brandão, ou DJ Nigga Fox, ouve música regularmente. Os primos enviavam-lhe cassetes de Angola, de onde é original, com músicas de kuduro e kizomba. Hoje em dia produz música com essas influências, que mistura com os ritmos dos seus gostos mais adultos da electrónica e do techno.

Köln Márcio Matos Kunst
Foto: DW/R. Vaz Pinto

"Sempre ouvia músicas africanas do Congo, kizomba ou kuduro. Na verdade eu sempre ouvi músicas africanas em casa e isso influenciou um bocado o meu gosto musical".

Reconhecimento no estrangeiro

A Príncipe nasceu em 2012 e foi recrutar os seus artistas aos principais bairros dos subúrbios de Lisboa. Muitos deles já tocam um pouco por todo o mundo e aparecem em publicações internacionais como a Pitchfork ou The Guardian. Nídia, uma das artistas, apareceu na capa do jornal New York Times.

Alemanha: Novos ritmos africanos em Colónia

 "A Príncipe tem um papel muito importante que é dar oportunidade aos jovens dos bairros que não têm oportunidades em mais lado nenhum e dá essa oportunidade de mostrar a oportunidade ao mundo. A Príncipe pega em jovens que têm talento e tenta mostrar ao mundo", conta Rogério.

Desde que começou a trabalhar na área da música muitas coisas têm mudado na vida de Rogério Brandão. Já viajou um pouco por todo o mundo, lançou dois discos e um EP. Sente literalmente que novas portas se estão a abrir.

"Antigamente, quando não fazia música, eu ia para uma discoteca e não me deixavam entrar. Levava a barra. Não sei porquê. Desde que comecei a fazer aquilo que eu gosto que é a música, já vou a qualquer sítio, na mesma discoteca que eu não entrava já entro e se for preciso não pago entrada. Eu acho que as pessoas estão a reconhecer o nosso trabalho".

Novos ritmos africanos em Colónia

Editora independente

Márcio Matos é um dos fundadores desta editora independente. Ele é original da ilha do Pico, nos Açores, e tem uma loja de discos em Lisboa, a Flur. Além do mentor deste projeto, Márcio faz as capas dos álbuns, cujas pinturas foram expostas naquele evento em Colónia. Ele tem formação em pintura, mas sempre esteve ligado à música.

Apesar de o público português ainda não conhecer muito bem o trabalho dos vários artistas que pertencem à Principe, como o DJ Marfox, o DJ Firmeza, o Puto Tito, entre outros, Rogério Brandão acredita que as coisas estão a mudar e há espaço para crescer.

"Agora sim, antigamente a nossa música não passava na rádio, hoje em dia já passa na rádio. É sinal que o pessoal está a começar a aderir. Eu acho que isto vai dar um boom gigante".