Alemanha: Alcançado acordo de coligação governamental
24 de novembro de 2021Depois de quase dois meses da realização das eleições parlamentares na Alemanha, os partidos Social-Democrata (SPD), Os Verdes e Liberal Democrático (FDP) chegaram a um acordo de coligação para formar o novo Governo.
Com o acordo, é esperado que o líder social-democrata (atual ministro das Finanças e vice-chanceler), Olaf Scholz, seja eleito chanceler da Alemanha pelo Parlamento (Bundestag) no começo de dezembro como sucessor de Angela Merkel.
Na sequência de semanas intensas de negociações, o acordo tripartido pretende antecipar o abandono da energia à base de carvão de 2038, como estabelece a meta atual, para 2030. De acordo com a emissora alemã ARD, é também esperada uma ampliação do uso de energias renováveis, com uma cobertura de 80% das energias eólica e solar até 2030, e a circulação de um terço de carros elétricos. A ideia é, no futuro, parar de conceder licenças aos veículos movidos por combustíveis fósseis.
Distribuição de ministérios
Numa conferência de imprensa esta quarta-feira (24.11), a coligação chamada "semáforo" (em referência às cores dos partidos) anunciou que o SPD, a força mais votada nas legislativas de setembro, com 25,7% dos votos, vai liderar o novo Governo, com Olaf Scholz como chanceler.
O recém-criado Ministério da Habitação, tal como as pastas da Defesa, Interior, Trabalho e Assuntos Sociais, entre outras, num total de sete ministérios, serão controlados pelo SPD.
Os Verdes, terceiro partido mais votado, deverão assumir cinco ministérios e o cargo de vice-chanceler no futuro Governo, incluindo um ministério que vai juntar as áreas da Economia e do Ambiente, e a pasta dos Negócios Estrangeiros, que deve ser liderada por Annalena Barbock, avançou a ARD.
Os liberais do FDP ficam com quatro pastas, nomeadamente, Justiça, Transportes, Educação e das Finanças, que deverá ser entregue a Christian Lindner, líder da força partidária.
Novo chanceler será anunciado em dezembro
O acordo ainda vai seguir para votação dos partidos nos respetivos congressos que devem ter lugar no início de dezembro.
Caso esta aliança "semáforo" venha a confirmar-se, o novo Executivo passa a substituir a "grande coligação", formada pelo SPD e pela União Social-Democrata alemã (CDU), força política de Angela Merkel que sairá da liderança do país após 16 anos no poder.
Na Alemanha, é tradição que uma coligação de governo necessite alcançar a maioria absoluta no Parlamento (o que também garante a eleição do candidato indicado a chanceler pelo Bundestag). Se for concretizada, esta será a primeira aliança tripartite de governação na Alemanha desde a década de 1950.