Africanos muçulmanos no Vaticano
No comércio em torno do centro da fé católica mundial também trabalham africanos muçulmanos. A sua presença é tolerada pela polícia. Porém, após os ataques em Paris, eles passaram a ser vistos com desconfiança.
Lembranças de África
Um migrante da Guiné vende acessórios africanos a turistas na principal avenida do Vaticano, a Via da Conciliação. Muitos dos migrantes africanos que vivem em Itália são muçulmanos, mas isso não impede que frequentem a área do centro da fé católica mundial em busca de turistas que possam querem algumas lembranças de África.
Em busca de turistas
Carregado com itens de origem africana, este migrante segue em direção ao Vaticano. O fluxo intenso de turistas durante o ano inteiro atrai os vendedores ambulantes para a zona da Praça de São Pedro, no Vaticano.
Orações diárias
Um vendedor ambulante do Senegal encara a lente do fotógrafo. Ao fundo, a cúpula da Basílica de São Pedro. Os migrantes africanos muçulmanos evitam rezar em direção a Meca diante da Basílica. As ruas adjacentes, mais vazias, são o lugar preferido para as orações diárias.
Documentos no fim da oração
A poucos metros da Basílica de São Pedro, uma religiosa passa por dois migrantes africanos muçulmanos em plena hora de oração. Os polícias aguardam o fim da oração para pedir os documentos aos africanos.
Controlo policial
A polícia italiana tem a orientação de aguardar o fim da oração para abordar os migrantes. Sendo a Itália um país democrático, a intenção dos polícias não é coibir a prática religiosa. O objetivo é controlar a documentação dos migrantes para saber se estão em condições regulares no país.
Rezar e comer juntos
Roma é conhecida pelas suas fontes de água potável espalhadas por toda a cidade. Este migrante africano aproveita uma delas, localizada a poucos metros da Praça São Pedro, para se lavar antes de rezar. Os migrantes que vendem artigos africanos na zona do Vaticano costumam reunir-se para rezar e comer juntos num local pouco movimentado nas imediações da Basílica de São Pedro.
Ataques mudam rotinas
Os ataques em Paris mudaram o quotidiano dos refugiados muçulmanos em Roma. Os polícias esperaram o fim da oração para pedir os documentos a estes dois africanos muçulmanos. Um do Senegal, com visto de refugiado, e outro da Argélia, ainda à espera de documentação.
Dependente de esmolas
Este migrante da Eritreia representa uma parte dos africanos que chegam à Europa e não conseguem integrar-se na sociedade. Sentado à beira da escadaria de uma loja diante da Basílica de São Pedro, passa o dia dependendo de esmolas. Dorme sob algumas marquises durante a noite. Às vezes, utiliza os serviços de dormitório e lavatório para os sem-abrigo oferecidos pelo Vaticano.
"Último dia em Roma"
Samba sorri. Diz ter 15 anos. Em italiano, diz que quer voltar para o Quénia, que seria "o seu último dia em Roma" e insiste em vender-me uma bracelete. Na verdade, confessa, só queria algum dinheiro. Digo-lhe para escolher uma sanduíche. Samba evita respostas sobre quem seria o seu patrão. Fala em inglês agora. O seu smartphone toca. É o sinal. Despeço-me.
Presença tolerada
Um migrante africano fala ao telemóvel numa das ruas adjacentes à Praça São Pedro. Ao fundo, a cúpula da Basílica. A região é disputada pelos vendedores ambulantes devido ao grande fluxo de turistas. Ao contrário dos vendedores de artigos falsificados, como bolsas de marca, produzidos pelas máfias italianas, a presença dos vendedores de artigos artesanais africanos é tolerada pela polícia.
Sinal da cruz em Meca?
Um dos imigrantes improvisa e cobre com um pedaço de papelão o chão sagrado onde fará a sua oração. O seu amigo, contudo, faz questão de estender um tapete antes de elevar as suas orações a Alá. A polícia italiana é tolerante com os migrantes muçulmanos. Um dos polícias pergunta: "E se fossemos nós, em Meca, a fazer o sinal da cruz?"