Áudio vazado de Helena Taipo expõe e compromete Filipe Nyusi

Num áudio vazado esta quarta-feira (08.09) nas redes sociais, a ex-governante Helena Taipo revela que o Presidente da República, Filipe Nyusi, não é uma pessoa querida, inclusive na FRELIMO, partido que governa, e acusa: "Ele escolhe sempre os alvos que podem cuzar o seu caminho e neutraliza-os".

"Estamos a deixar o crocodilo crescer", alerta a ex-ministra do Trabalho e ex-embaixadora em Angola. 

Taipo fala das ações de campanha eleitoral que fez a favor da FRELIMO e de Filipe Nyusi. "Tínhamos de comprar as mentes", diz e questionaa: "Quando eu ganhei Angoche, onde nunca se ganhou, ninguém quiz saber como consegui" e acusa: "Não se pega na história, só o facto porque interessa a alguém".

A membro da FRELIMO manifestou desagrado em relação ao caminho que o país está a tomar, sob a liderança de Nyusi e conta: "Esse senhor ninguém lhe queria aqui. O próprio partido estava dividido, não o queriam. A própria [Margarida] Talapa não queria o Nyusi, queria o Vaquina."

Fala em "tanta injustiça que se faz" para se cortar as pernas a quem pode vir a ser a ameaça.

Nyusi levou projeto das dívidas ao Conselho de Ministros

"Este caso que está julgamento [dívidas ocultas] este senhor [Filipe Nyusi] trouxe ao Conselho de Ministros (CM), eu estava lá, nós todos estavamos lá", revela Taipo que insiste: "Quem apresentou o projeto foi o senhor".

Revoltada atira: "Hoje a gente fica chateada quando este senhor leva as pessoas a tribunal desta maneira, não pode!" e de seguida crítica: "E estamos a aceitar, não foram ocultas essas dívidas, o CM aprovou. Que chamem o CM e não sacrifiquem um punhado de pessoas" e garante que Nyusi "é a pessoa que mais sabe".

Helena Taipo entende que o Presidente da República "quer encontrar um bode expiatório" e defende que Nyusi tem de sentar no banco dos réus.

"Este senhor está a querer ser o mais mais, não é verdade!" e alerta: "Este senhor não é sério, vai estragar o país". Helena Taipo diz que Nyusi está a usar [os jornalistas] para destruir o país" e defende que o ataque tem de ser personalizado.

A membro da FRELIMO apela: "Não podemos deixar Guebuza ser [destratado]".